24.2.10

a todos os que sabem que sim.

Loucos e Santos

"Escolho os meus amigos não pela pele nem outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não me interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero o meu avesso.
Que me tragam duvidas e angustias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o seu ombro ou colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não ri comigo, não sabe sofrer comigo.
Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, disparatados e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."


Óscar Wilde

3.2.10

what is it?!

Multiplicam-se as histórias com vampiros, e eu, sinceramente, já estou cansada. Como a minha avó diz "o que é demais não presta!". Ora bem, há os filmes, há as séries, outra vez as séries, há as novelas, há os desenhos animados, há a publicidade, outra vez a publicidade,há os livros, os livros, os livros, e novamente os livros e poderia continuar. Não o faço, porque, realmente, É DEMAIS...
A última destas grandes "estreias" foi na SIC, a série (mais uma) Lua Vermelha. Já viram o Twilight - Crepúsculo ??!! Pois... é que tem tudo a ver. Já sabemos que é tudo uma questão de audiências, mas é mesmo necessário ser assim?! Tudo copiado!! Haja paciência. Que falta de imaginação.

Vejam!!




E vocês, vão ter paciência para ver mais do mesmo?

2.2.10

Mais uma estrela.


Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.


Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.


Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.


Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.


Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato Faria


A actriz, escritora e compositora.